O Rio é o tempo que passa.
A Terra nossa casa.

A Terra nosso porto de abrigo quando o rio se atormenta.
A Terra nosso jardim para deitados contemplarmos o rio, felizes.

O Céu nossa testemunha da passagem pelo rio.
O Sol e a Lua nossas luzes que iluminam o caminho.

Rio, Terra, Céu e Sol comungam em nossa passagem.

Por que excluir um deles, se em nós se manifestam?
Por que querermos ser Rio ou Terra, Sol ou Céu?
Por que não sermos todos e nenhum?
Por que queremos dar razão a tudo se afinal nossa emoção comanda?

Em meu Rio muita emoção e tormenta.
Em minha Terra muito abrigo e florestas de jasmins.

Em meu Sol, por vezes nuvens.
Em minha noite, por vezes lua nova.

Mas sempre surge um quarto crescente. Sempre trespassa um raio de Sol.
E o rio tormentoso se acalma para meu deleite.
Que banhando-me nas suas águas quentes, geladas ou tépidas
Comungo Contigo, juntamos nossos corpos.

O Rio é o tempo que passa.
A Terra nossa casa.
E o Universo testemunho de nós.

©Joaquim Guerra
23 de Janeiro de 2007
Foto: © Marie HACENE (Août 1999)

2 comentários:

Eärwen disse...

Meu amigo JGuerra, que prazer ler estas tuas palavras. Lindo!
Quem disse que se precisa de desafios para se conhecer a alma de um ser?? Basta lê-lo!
O homem é aquilo que brota em seu coração.
Recebe meu amigo uma pérola incandescente,especial, de amizade sincera.
Com carinho
Eärwen
28.03.07

®efeneto disse...

Ena pá...c'um catano...mais um amigo sentado á nossa mesa...obrigado amigo JGuerra, pois é isto que pretendo...o pior vai ser comentar o que escreveu, mas como de costume dou sempre o meu toque pessoal:

Que trazes rio, a esta terra?
- A ganância,
a sede insaciável de ouro,
borbas gato que
procuram em ti pedaços do sol.
O oceano transpuseram-no.
Perdidos ao norte,
algum tempo lá ficaram.
Mas, tu sabes
o que move o mundo.
Hoje, aqui estão.
Sentindo-se abençoados,
pelas jazidas que em ti encontram.

Amigo...seja benvindo á nossa mesa, e agora...sirva-se á vontade... do amigo efeneto